28 junho 2009

Lá do interior

Ela veio do meio do Estado, de seu cerne, centro, meio. Fala com o r puxado, às vezes ela deixa ele de lado. Pra que r, fraga?

Mas o que me encanta nesse pedaço de meio do mundo é o poder de ser tantas coisas. De primeira, foi, também, o que me afastou dela. Eu não conseguia acreditar que tentar ser tantas coisas poderia ser bom, mas eu estava completamente enganada. Ela é todas essas coisas e consegue conciliar todas, sem problemas. Ela não tem medo de ser o que é, ela se mostra ao mundo com a cabeça erguida e dá a cara à tapa. Talvez por isso seja complicado gostar dela no começo. Mas conforme o tempo passa, ela vai mostrando o quanto ela pode ser perfeita para ocasiões tão diversas: uma amiga para todas as horas. Ela estará lá pra você falar bobagens e também estará quando você precisar falar de coisas sérias. Ela estará ao seu lado quando você ganhar em primeiro lugar e também estará quando você fizer a pior cagada da sua vida. Ela vai lhe encontrar no msn e dizer Oii, amiga! e você vai se sentir à vontade pra contar qualquer coisa pra ela.

Ela não segue um estilo, não por não gostar de nenhum, mas por gostar de todos. E eu nunca achei ecleticidade bonita, exceto nela, porque combina. O gosto eclético, os sentimentos ecléticos, toda a maneira única dela de gostar tanto de tantas coisas.

Ela é um poço de infindáveis histórias pra contar, ela é um achado, que veio do meio do mundo pra se encontrar em lugares diversos. Ela acredita em tudo o que é verdadeiro, em tudo o que é de coração. Ela segue e defende o que acredita. E eu, que sou apenas algumas coisas, a amo. Até tentei fugir, mas no fim, simplesmente não encontrei nenhum jeito de não fazê-lo.

23 junho 2009

Desconfortável

A dúvida é a minha melhor amiga.
Nós damos as mãos e nos damos muy bien.

19 junho 2009

Abaixo da Epiderme

Existe um amor. Não sei onde ele se esconde, mas sei que está dentro de mim. Por vezes, posso senti-lo na pele, transbordando. Outras, ele afunda em minhas entranhas, se acomoda no cerne do meu corpo e lá se deita, incômodo corpo estranho. E eu nada mais posso fazer que senti-lo. Sentir por completo, alimentar e tratar como hóspede o hospedeiro, um parasita.

Mas ele é tão imenso... imensurável que não posso reunir forças para tirá-lo de mim. O que eu seria sem ele? Difícil pensar em tais associações. Ele me sorri por dentro quando o seu riso me encanta e ele me chora quando você não está por perto. Sem ele, quando você chegasse eu não sentiria nada. Eu ficaria segurando o ar, esperando a dor e a emoção da sua chegada, mas nada viria. E então eu não saberia o que fazer.

Arranca ele de mim e terá sua confusão resolvida em um segundo. Existe a osmose para isso, os meios se tornarão isotônicos. Aproveita do meu amor que ele é seu. Sente esse amor nos meus olhos, na minha boca, exalando dos meus poros. Sente um pouco dele e você saberá num instante. Pega ele pra você, leva embora, ele me faz fraca, inconstante, inconsciente de meus atos, de minhas palavras.

Vou colecionando os seus detalhes e os seus defeitos para alimentar o amor que tenho. De vez em quando, eu não sei desistir. Ele não desiste nunca.

13 junho 2009

O frio é a falta de calor

Já não sei mais se é ansiedade ou frio. Há uma certa ânsia, sim, uma certa falta de concentração que me deixa pensando apenas em fatos isolados. Quantas maneiras diferentes eu já imaginei esta mesma cena? Já perdi a conta. O meu coração está um pouco acelerado e meus pés estão muito frios. Eu não consegui fazer as notas muito bem no violão hoje e a minha voz sai um pouco tremida demais. Seria isto tudo algo que um banho quente vai resolver? Meus dedos estão gelados e eu erro tudo o que digito. Será que estou tremendo por causa do frio também? Há um gelo que passa pelo corpo de vez em quando. O tempo está frio mesmo ou será o frio da minha barriga se alastrando pelo corpo todo?

09 junho 2009

And I want nothing that you're not

Gostaria de poder dizer de uma forma que você pudesse encontrar, se procurasse, mas que se apenas lesse por cima, não entendesse meu real proprósito. Gostaria de escrever sobre você e não contar ao mundo todo o seu nome. Mas todas as palavras que eu uso pra dizer de você são suas, qualquer detalhe que eu possa dar, me delata. Não há maneiras de dizer com palavras gerais; não há, em você, o comum. Independente do que eu disesse, todos saberiam. Você saberia! Encontraria a si no vão das palavras e entenderia num instante. E qual reação teria então? O que faria? Quando soubesse o que há em mim, se afastaria de súbito ou se entregaria? O medo da resposta me impede de pronunciar a pergunta. E de publicar os imensos textos que insisto em escrever sobre você.