04 agosto 2010

Being good is just so fucking boring

Apesar de reconhecer o tremendo clichê com que meus pensamentos se deparam aqui e agora, seguirei botando a culpa na sociedade para os males do mundo porque eu não nasci pra viver nos moldes que criaram pra mim. Eu sou o sair do quadro, eu sou o outdoor exposto à chuva, que se desgasta, mas põe a cara a tapa, mostra seu recado pra um amontoado de gente. Eu não tenho a pretensão de saber discutir, de convencer, de alarmar, apenas de mostrar, de exibir um ponto material, bem localizado, sem dimensões. Escrevo pra me descobrir, desenho pra me encontrar. Dos lares sou eu o ponto de fuga. E se não há a quem culpar, como deixar de lado fraudes numa sociedade que acredita no que outros homens inventaram antes de acreditar no que há dentro de si próprios? Como colocar minha fé numa sociedade que se priva de felicidades por motivos que desconhece? Que rotula tudo o que não se considera parte e que não discute nem questiona ao herdar princípios?

Cara sociedade, já que eu não posso sair do jogo, vou me auto-entitular café com leite. E vou acreditar, mesmo que sozinha. Eu não acredito em você. Eu não confio em você. Eu não quero lhe ouvir. Permaneça quadrada e igual, ignore que o mundo muda e siga seu caminho sem alarde, como sempre, na opacidade da rotina dos bons. Eu manterei a maior distância possível de você.

4 comentários:

v disse...

o seu texto é ótimo, é realmente ótimo, deveríamos mandar pros jornais de todos os países, mas aí de que adiantam os jornais? os jornais não falarão por nós, e a sociedade assim continuará, então o que devemos fazer?

Maria disse...

Uma tanto quanto tardia, mas essa leitura me surpreendeu.

Você é surpreendente.

Muito me admira, você.
Admirável.

Mas eu... ainda tenho fé nas pessoas e em todo o conjunto delas. ^^

Maria disse...

Ps: ser bom é legal, afinal!!

1.13.15-1

Rita disse...

magnifico !!