11 abril 2013

meio que sim, meio que não
nossa espécie faz da dúvida certeza 
estrutura em pontos de interrogação
edifícios cimentados com beleza
arquitetura da destruição
por necessidade acendo ideias
supondo esquecer a razão

27 fevereiro 2013

sobre o que vai pro lixo

de repente a vírgula nunca mais vai passar pela minha letra cursiva ou meu discurso p r o l i x o reciclável

20 fevereiro 2013

essa letra que cê escreve

faz tanto tempo que eu não te leio você desfaz o sentido e eu tenho sentido a tua falta em todos os sentidos eu achava uma loucura as letras minúsculas e a sua good writing era o sex appeal ou boa parte parte boa eis que parte e que parte ficou pra trás se coubesse interrogar eu ia querer saber mas saber é bobagem eu não sei de nada e sou mais feliz quanto menos consigo saber eu insistia nas letras maiúsculas como se elas pudessem me salvar cê tá me querendo agora são outras linhas e as suas palavras encontram as minhas nossos corpos não se encontram mas sabem que estão em algum ponto ligados por uma linha infinita minha letra cursiva e de que forma a sua letra de forma me informa que foi rabiscada pela sua mão sopa de letrinhas devoro inteirinha a sua confusão me dá a mão estou com saudades

14 fevereiro 2013

0.8 mm

hoje são outras linhas eu sempre digo que tá tudo bem ~ não ~ pode levar tudo nas suas saídas a francesa no bolso da sua saia preso nos seus grampos pode me levar nua crua e sem sentido esperando por algo que nem sei se há mas ah é sem querer que você me arranca as vísceras me estonteia a vista me balança as pernas me deixa menina sem saber o que dizer é sem nenhum querer que você pensa em mim? eu não sei quem eu sou e eu não sei dizer se estou disposta a jogar azar é bem comigo o perder tem um gosto de ausência que não sai da minha boca mas esse sabor de amar ninguém me toma