07 outubro 2010

Indolor sentimento incolor

Dias como este reerguem monstros há tanto adormecidos. Você pode até achar que eu não tenho motivos pra estar irritada, pra ficar triste, pra ficar brava, mas eu sinto que naquelas malas virão todos os meus medos guardados, embrulhados pra presente. Quantas e quantas vezes eu estive feliz e fui obrigada a chorar, sabe? Você não tem idéia. Ela queria que eu limpasse o sangue, mas eu estava feliz, eu não queria limpar. Eu não sou uma boa pessoa, sabe? Porque eu não limpei. Você sabe e eu sei porque isso tudo aconteceu. E são estes mesmos motivos que me assombram... e agora o sangue é meu. Agora é meu sangue, minha carne e meu coração completamente envolvidos e eu não estou mais disposta a desistir como antes. Agora eu estou com medo. Não que antes não estivesse, mas agora eu estou vulnerável. Eu não me importo que me afetem, mas ficarei muito ferida se afetarem você. Ao mesmo tempo que eu penso que tenho que fazer alguma coisa, penso que vou ficar bem quietinha no meu canto, não vou sair de casa não, quem sabe assim eu te privo de sofrimentos desnecessários, de palavras desnecessárias. Eu estou em dúvida. Eu estou com medo e estou em dúvida. Eu sou patética. Como eu posso estar tão certa de algo tão incerto?

Corra, sangue, corra. Fuja pr'algum lugar bem longe daqui onde você possa encontrar calor n'alguma outra coisa, mas vai ser bem rápido, como uma injeção...

Eu sei que você já conhece essa dorzinha.
Só dói um pouquinho.
E (quase) sempre passa.

5 comentários:

Maria disse...

s2

má straci disse...

linda. eu queria estar aí pra acompanhar cada detalhe desse sentimento todo.
saudades.

v disse...

força.

saudades.

Diougnes disse...

Gosto da emoção que imprime em suas palavras, Camila.
Parabéns mesmo.

Orion disse...

Que bem escrito.
Merecia um prémio.
Parabéns.
Estou de passagem :)